Causas da periodontite
A principal causa da periodontite é a placa bacteriana nos dentes, também chamada de placa dental ou biofilme. Outros fatores de risco como o hábito de fumar ou a diabetes não controlada também podem contribuir para o desenvolvimento da periodontite.
Placa bacteriana (placa dental, biofilme)
A placa bacteriana (placa dental, biofilme) é a maior causa da inflamação gengival (gengivite). Algumas bactérias podem promover o desenvolvimento da periodontite.
A gengivite e a periodontite são causadas por bactérias que se acumulam na superfície dos dentes. Esse depósito também é chamado de placa dental ou biofilme. Quando a higiene bucal é inadequada, as bactérias podem multiplicar-se rapidamente. Embora a maioria dos tipos bacterianos sejam inofensivos para uma pessoa saudável, alguns tipos – mesmo em pequenas quantidades – podem causar infecções graves.
Se a placa bacteriana não for removida dos dentes regularmente, a gengiva reage com um processo inflamatório após alguns poucos dias. A gengiva fica vermelha, inchada e sangra ao menor estímulo, por exemplo, ao usar o fio dental. No entanto, quando os dentes são higienizados regularmente, estes sinais de inflamação desaparecem em poucos dias.
Tártaro
Tártaro ou cálculo é a placa dental calcificada que pode se formar abaixo ou acima da margem gengival. O tártaro deve ser removido profissionalmente de forma regular.
A placa dental pode sofrer calcificação (mineralizar) e se transformar em tártaro. Todas as superfícies dentárias podem ser afetadas pelo tártaro. As superfícies radiculares com bolsas gengivais, em particular, são frequentemente afetadas.
A superfície do tártaro é rugosa e, portanto, fica repetidamente colonizada por bactérias. É por isso que a formação de tártaro deve ser prevenida por uma boa e regular higiene bucal.
No entanto, o tártaro existente não pode ser removido pela higiene bucal convencional. Isso torna os exames regulares indispensáveis num consultório odontológico, e a limpeza profissional um procedimento essencial.
Fumo
Fumar reduz a resistência da gengiva às bactérias nocivas. Fumantes apresentam mais problemas gengivais e perdem mais dentes que ex-fumantes ou não fumantes.
Fumar não é apenas prejudicial à saúde geral. Além dos pulmões e do sistema cardiovascular, a gengiva também é muito afetada pelo fumo.
Mesmo com uma higiene bucal satisfatória, fumantes apresentam maior perda óssea alveolar. É por isso que os fumantes têm maior probabilidade de desenvolver bolsas gengivais e de apresentar um maior número de bactérias nocivas. Os fumantes também não respondem ao tratamento gengival de forma satisfatória se comparados aos não fumantes. Os fumantes, portanto, têm um risco consideravelmente maior de perder os dentes precocemente se comparados aos não fumantes.
Nos ex-fumantes, a condição gengival pode melhorar depois de alguns poucos anos e com bons cuidados profissionais. Apenas um ano após a interrupção do hábito fumar, os ex-fumantes respondem melhor ao tratamento periodontal que os pacientes fumantes.
Doenças sistêmicas (e.g. diabetes tipo 2)
Os diabéticos cuja glicemia não é controlada têm um maior risco de desenvolver periodontite. E pacientes com periodontite podem ter maior risco de apresentar diabetes. A investigação de ambas as doenças é necessária.
A periodontite e o diabetes têm um efeito recíproco. Os diabéticos cuja glicemia não é controlada têm um risco maior de desenvolver periodontite e, por outro lado, os pacientes com periodontite podem apresentar um maior risco para desenvolver diabetes. Da mesma forma, diabéticos com níveis glicêmicos bem controlados não apresentam maior risco de periodontite. Curiosamente, o tratamento de uma doença pode ter um efeito positivo no tratamento da outra. Isso torna indispensável que os diabéticos sejam examinados por um dentista e é interessante que os pacientes com periodontite sejam testados para o diabetes pelo seu médico, para investigar a associação.
As informações sobre periodontite e diabetes e principalmente a importância da detecção precoce devem se tornar mais amplamente conhecidas. Infelizmente, poucas pessoas estão cientes desta correlação e, atualmente, apenas cerca de metade dos diabéticos sabem que têm esta doença.
Dieta
O efeito de uma dieta pouco saudável nas gengivas é frequentemente subestimado. A consequência é um alto risco de desenvolver o diabetes e talvez a periodontite.
Uma dieta pouco saudável pode aumentar a tendência à inflamação gengival. Isso pode levar, tanto na gengivite quanto na periodontite, a um maior inchaço da margem gengival, aumento da perda de suporte do dente e até a perda prematura do dente.
Uma dieta pouco saudável também pode aumentar o risco de diabetes, o que pode agravar ainda mais o estado geral. Os diabéticos apresentam um maior risco de desenvolver periodontite, e de não respondem adequadamente ao tratamento gengival necessário.
Estresse
O estresse pode reduzir a resistência gengival às bactérias nocivas. As pessoas que estão em estresse podem apresentar uma maior risco de desenvolvimento da periodontite.
O efeito do estresse nas gengivas é frequentemente inconclusivo, alguns estudos mostraram um maior risco de desenvolver a periodontite, e outros estudos não mostrarm essa associação.
Em geral, acredita-se que o estresse pode diminuir a resistência da gengiva às bactérias nocivas. Alguns autores acreditam que os pacientes estressados apresentam um sistema imunológico mais fragilizado e doença gengival mais grave. Além disso, alguns profissionais também reportam que indivíduos estressados dispendem um menor tempo com a higiene bucal caseira. Isso geraria uma maior carga de compostos bacterianos que teria um efeito desfavorável sobre um sistema imunológico já comprometido.
Predisposição genética
Devido a diferenças genéticas, a atuação do sistema imunológico contra bactérias nocivas pode variar na periodontite. Como resultado, a condição pode ser diferente de pessoa para pessoa.
A gengivite e a periodontite são causadas por bactérias que se acumulam na superfície dos dentes. No processo de defesa imunológica contra essas bactérias, em gengivas inflamadas, são liberadas proteínas endógenas que danificam a estrutura de suporte do dente e fazem com que ele seja danificado.
A forma como o sistema imunológico reage às bactérias nocivas pode variar de pessoa para pessoa devido às diferenças genéticas. É por isso que nem todas as pessoas desenvolvem os mesmos sintomas de periodontite, mesmo que realizem a higiene bucal caseira inadequada por um longo período.
Idade
Devido à duração da doença crônica, muitas vezes as consequências da periodontite não se tornam graves até a velhice ou além disso.
A periodontite pode iniciar aos 18 anos em casos raros – e, em casos muito raros, até mesmo na adolescência. No entanto, a maioria das pessoas afetadas não desenvolve a doença até os 35 anos. Como a doença geralmente progride lentamente, as pessoas afetadas não detectam os primeiros sinais – às vezes, quando isso se prolonga, é tarde demais.
A periodontite não tratada ou com tratamento profissional inadequado continua a progredir. Na velhice, as consequências são ainda piores devido à duração da doença: mais perda óssea, mais perda dentária, diabetes mais difícil de ser controlada ou mais doenças cardiovasculares.
Informações Adicionais
Você pode usar todo o nosso conteúdo para suas próprias produções, reconhecendo a Licença Creative Commons:
Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/deed.en
Como citar nosso conteúdo:
www.periodontal-health.com / CC BY-NC-SA 4.0